A primeira semana do intercâmbio havia passado mais rápido do que o esperado. Mikael, curioso com o que era ensinado no inferno, acabou por frequentar todas as aulas e até se divertiu fazendo abóboras para o Halloween. O loiro sempre gostou desse evento do ano e se surpreendeu ao descobrir que haveria uma festa no próximo domingo! Pelo jeito era uma festa que o Lorde Diavolo orquestrava todos os anos, a animação já borbulhava dentro do anjo curioso! Mas...tinha um detalhe que martelava em sua cabeça. —Hmmm...com que roupa eu vou?—Por mais que adorasse o Halloween, não estava nada preparado para isto! Não imaginava que teria uma festa oficial tão no início do curso, então, por mais que tenha explorado bastante a cidade durante esta semana, não sabia exatamente onde poderia comprar alguma fantasia. A solução seria improvisar...mas tudo bem, é sempre mais divertido quando não se é planejado! Então, já com uma ideia em mente, Resiliência saiu por Devildom em pleno sábado buscando por um item em específico.
Por sorte, papelarias também existiam neste local! Depois de tanto procurar, Mikael finalmente achou o que lhe faltava para completar sua fantasia improvisada. Comprou um rolo de papel crepom verde e voltou, literalmente, voando para RAD, afinal, suas asas gigantes não eram apenas um enfeite ali. No domingo, dia da festa, se pôs de pé às 11:00 da manhã. Tomou seu banho matinal, comeu e até saiu para dar uma voltinha rápida, mas ao voltar, se jogou na cama e ficou lendo até dar um bom horário para começar a se arrumar. Quando o relógio já marcava 16:40, decidiu começar seu plano. Cortando tiras de papel crepom e diluindo-as na água quente, esperou alguns minutos e, quando a água já era inteiramente verde, usou-a para colorir suas madeixas loiras. Felizmente, por ter os cabelos bem claros, a cor pegou rapidinho e, mesmo que alguns fios rebeldes permanecessem loiros, a pintura ficou bem legal! Jogou seus fios para trás, deixando apenas algumas mechas caindo sobre seu rosto. Também passou bastante tempo dedicando-se a desenhar algumas das tatuagens do Coringa em seu corpo, majoritariamente em seu pescoço e ombro, que ficariam à mostra com sua blusa desabotoada. Aproveitou e tentou fazer uma maquiagem inspirada no personagem, que consistia apenas em riscos vermelhos “alongando” os lábios e uma “cicatriz” azul em um dos olhos Por fim, vestiu uma camiseta listrada, uma calça preta com algumas correntes penduradas nela e um coturno preto. Finalmente estava pronto! Olhou-se no espelho e sorriu satisfeito, até que para uma fantasia improvisada havia ficado boa! Antes que se esquecesse, também passou um perfume adocicado e trocou seus piercings por um conjunto prateado que combinava com as correntes da calça.
Quando deu o horário da festa, saiu de seu quarto e foi até o local e, ao chegar, seus olhos correram por todo o parque, seus lábios subindo em animação. Estava tão lindo! Tinha até mesmo um pula-pula imenso lá, talvez Mikael se enfiasse nele mais tarde! Curioso, andava com suas longas asas vermelhas abaixadas, era tanta informação que nem sabia por onde começar! Passeava por entre as mesas, até mesmo se surpreendeu ao ver um grande fantasma-totem ali parado! Não duvidava que um bêbado esbarraria nele até o fim da festa. Quando foi perceber, já estava envolto de...túmulos? Será que eram reais ou só decorativos? Durante seus devaneios sobre túmulos, enfim reparou que não estava sozinho ali. Levantou o rosto e viu a poucos passos de distância um homem mais alto que si, trajando apenas um terno. Ele era bonito. Tinha belos cabelos claros e algumas mechas coloridas, os olhos de Mikael piscaram duas vezes e passou a encarar o outro discretamente, se perguntando mentalmente qual era sua fantasia. Não sentia nenhuma energia mágica vinda dele, provavelmente era mais um dos humanos intercambistas e estava sozinho. Sorriu pequeno e, reposicionando um pouco suas asas, se aproximou a passos lentos do outro, ainda o encarando com curiosidade. —Olá!—Disse tombando levemente a cabeça para o lado, levantando seu olhar para olhá-lo nos olhos. —Você não parece ser nativo daqui...de que país veio?—Pergunta com um sorriso simpático nos lábios, tentando puxar assunto com a pessoa que presumia ser um humano.—A decoração da festa ficou bem bonita, não? Inclusive...você veio do que?—Perguntou interessado, abaixando o olhar para encarar o terno alheio, nem lembrando-se de se apresentar.
Última modificação feita por NaomiiChaan (27-11-2021, às 16h50)